domingo, 7 de março de 2010

Turbilhão eterno de uma mente atordoada

Obs.: O texto a seguir é longo e altamente chat... Digo, psicológico, portanto sinta-se à vontade para ignorá-lo a menos que tu esteja se sentindo meio deprimido também.

Fazia tempo que eu não me sentia mal assim.

Ontem vi este vídeo, que é do vlog de um cara aparentemente interessante (apesar de excessivamente "casual"), e realmente concordo com o que ele diz sobre domingos. Provavelmente é por ser domingo que não me sinto bem, em especial por ser o último domingo de férias; amanhã já começam minhas aulas.

Nesta noite fui dormir com vontade de acordar mais cedo, para quem sabe passear ao ar livre. Mas definitivamente iria sair à tarde para caminhar, sozinho, no shopping, pois precisava (e preciso) renovar um pouco o interior do meu armário - principalmente a seção de calçados - e mais importante, precisava sair para pensar um pouco.

O que obviamente não se concretizou, pois bastou acordar para ser tomado pela aura depressiva do primeiro dia da semana. Percebi-me consciente às 9h23min, segundo meu relógio 5 minutos adiantado. Quem disse que levantaria? Só queria continuar lá, deitado, até que já não me sentia mais confortável na cama por volta das 11h, e decidi enfim por-me em pé. Nem preciso dizer que isso estragou qualquer possível plano matinal.

Ao olhar pela janela, uma expressão nem feliz nem triste, sem graça, se fez presente em meu rosto, como que refletindo a visão que se tinha do tempo lá fora. Nublado. Não feio o bastante para nos afugentar da rua, nem amigável o bastante para nos convidar a sair.

Recentemente tenho nutrido raiva de coisas como dias nublados. Não gosto mais do banho e do café morno, da nota 5, da estrada sem curvas ou morros, do Normal Mode dos games, do equilíbrio físico, mental e emocional e de nada que é "meio-termo".

E não gosto porque eu tenho enxergado a mim nesses dias nublados. Sou eu sempre o responsável, o sensato, o compreensivo, o equilibrado, que nunca se abala e não se anima muito por nada. Sou eu a reclamar que um cara parece "excessivamente casual" e ainda sou eu a reclamar o quanto minhas próprias atitudes são não-excessivas.

Estou cheio disso. Eu já me conhecia, já tinha noção de que era assim, mas a clareza com que me enxerguei hoje lá, do lado de fora na janela, foi assustadora. Me senti mal.

Agora estou eu aqui no meu quarto, às 17h56min. Não saí, começou a garoar e não sei se chamo de coincidência ou se o tempo se alinhou aos meus pensamentos negativos. E não quero falar com ninguém, mesmo que, ironicamente, esteja expondo meus sentimentos a todos.

Estou meio confuso. O que estou fazendo da minha vida? "Ah, tu sequer completou 20 anos, ainda há a vida inteira pela frente" - alguém pode me dizer. Verdade, mas daqui há alguns anos já não tenho mais minha juventude; tenho muito medo de desperdiçá-la e não ter nada para contar quando eu for velho. E que vida é essa que terei pela frente? Já não era hora de eu estar planejando-a ao invés de afundar-me em dúvidas? Já não deveria ter certeza do que quero para mim?

Há alguns dias vi nas atualizações do Orkut uma conhecida entrar para uma comunidade chamada "Quem não bebe não tem história". Fiquei imaginando se era verdade e se eu deveria ou não me orgulhar de nunca ter ficado bêbado. O máximo que já me ocorreu foi atingir o nível de "alegrinho": comecei a me soltar e falar mais, mas nada desagradável, estúpido ou muito engraçado. Pode mesmo a bebida ser a porta para um mundo novo e inexplorado? Seja como for, sabe-se que os vômitos e o porre do dia seguinte são mais uma porta para o inferno, segundo relatos da maioria...

Quando examino minhas atitudes e meu comportamento, vejo um dia nublado. Quando olho para minhas roupas, vejo um dia nublado. Quando olho meus óculos, dia nublado. Quando olho meu cabelo, dia nublado. Tudo é dia nublado e morno, no mais perfeito equilíbrio, no mais perfeito tédio. Minha dor é não ter algo para ter dor, é o vazio. E minha alegria é saber que pouco me falta na vida, tenho pai, mãe, irmão, tenho comida, tenho presentes no aniversário e no natal, e há muita gente em situação infinitamente pior do que a minha, muitas vezes sem deixar de sorrir por ser miserável ou não ter saúde. Tenho tudo menos satisfação.

Por outro lado, acho que isso é da natureza do homem. Nunca estar satisfeito. Quando está tudo bem, procuramos a tragédia. Quando as coisas não vão bem, reclamamos sobre como poderiam estar melhores. Então não tenho culpa de inconformar-me, afinal não tenho culpa de ser humano.

Fico pensando em por que fico só sentado escrevendo, sem fazer nada. Tenho o dom do inconformismo, mas não o da ação. Ignoro as novidades, fujo do convívio social. "O que os outros vão pensar de mim?" é a pergunta que martela na minha mente, já não mais por livre escolha de pensamento, mas como preocupação subconsciente, pregada em meu caráter, tal qual o medo, em sua mais pura forma, no instinto animal.

Não importa quantas vezes eu discuta comigo mesmo, - "Que se dane o que os outros pensam!" - sempre a pergunta está lá (às vezes fraca, às vezes forte), como o medo.

Talvez a pergunta melhor seja: "Mas e o que eles já acham de mim?" Nada. Pois não lhes digo nem mostro nada. A verdade é que poucos realmente me conhecem. Alguns acham que conhecem, mas o meu eu mais bruto e cru continua anônimo, inacessível.

Antes eu não entendia o significado da frase "Falem bem ou falem mal, mas falem de mim!" Eu achava que era sobre se exibir e ser o centro das atenções. Usava-a para me referir a gente egocêntrica ou fútil. Sempre fui bastante discreto para "não parecer umas dessas pessoas". Mas agora eu capto a essência verdadeira da coisa. Não é sobre ser exibido, mas sobre se fazer presente, sobre contagiar com vida as pessoas à sua volta. Também é sobre ser confiante e não se prender às opiniões alheias. E não esperar que os outros se importem eternamente contigo se tu nada faz por eles.

Mudando bruscamente de assunto, será que eu gosto mesmo do que faço? Ou será que nunca tive coragem e paciência o suficiente para pensar o que o meu eu mais profundo gosta? Ou será que devemos suprimir nossos gostos, nosos sonhos e sermos sensatos para encarar a realidade? Ou tranformar nossos sonhos em realidade, mesmo que isso signifique a reprovação de todos e instabilidade financeira? Fazer o que se gosta é bom, mas se teu outro sonho é a formação de tua própria família, ganhar dinheiro o bastante para dar conforto a ela não conta também?

E será que alguns sonhos valem realmente a pena? Digo, será que serão como nós esperávamos ou se revelarão tristes ilusões?

O que eu sei é que já pensei de mais, e tudo que é demais faz mal. Aos que leram até o fim, parabéns. Fui.

Comentário imaginário do dia:
Man, you reeeeally need a girl. Quickly.

Um comentário:

†† Glória †† disse...

isso me faz lembrar um outro pensamento:
"Cabeça vazia, oficina do alemão, e o nome desse alemão é alzheimer."
eu sou tão sem noção...
mas gostei do post, não q tenha me identificado muito com ele, sou um pouco diferente (ou estou?)
vivemos mudando (ou eu vivo mudando?)
o negócio é q tu pode escrever, pode lamentar, pode se alegrar, pode fazer a porra toda que tu quizér (não estou me exaltando, eu falo palavrões normalmente mesmo)
mas tu vai mudar
tudo isso vai mudar
quando tu menos esperar esse cinza vai ficar pink
exatamente o que eu disse (quando tu menos esperar, não o pink)
se tu esperar mudar nada vai acontecer
tu tem que ir levando tua vida
fazendo tuas coisas e tuas escolhas
sempre ocupe sua mente
não deixe que o mal lhe domine Luc
eu não sou o seu pai (e falo coisas idiotas...)
mas o que realmente importa
é que tudo importa
e esse mundo e nossas próprias mente são complexos demais para serem explicados (e aplicados) corretamente
por mais que eu odeie pagode eu levo duas lições na minha vida:
" Deixa a vida me levar, vida leva eu." e
" Deus fez a cabeça encima do coração, para que os sentimentos não ultrapassem a razão."
enfim,
esse comnt ficou gigante pq eu tambm to num momento mto estranho da minha vida
o que é totalmente normal
porque eu as vzes não percebo quando olho pra tráz
mas sempre estou, estive e estarei num momento muito estranho na minha vida
a vida é estranha
" A vida é uma grande aventura da qual jamais sairemos vuvos."
e chega de pensamentos por hoje
dormir é muito bom
por mais que possamos ainda ter pesadelos
é o momento em que normalmente nosso cérebro descansa e podemos enfim parar de pensar
ou pelo menos não concientemente
tudo muito complexo...

tenha uma boa vida e sinta-se bem
são os sinceros desejos de uma desconhecida que em breve vai morar no São Pedro... pelo menos se eu não parar com isso :P

=*