quinta-feira, 23 de abril de 2009

Desmistificando tribos urbanas

Já fazia um tempão que eu queria falar sobre o assunto a seguir, mas eu sabia que ele exigiria bastante pesquisa e tomaria um tempo considerável, então fiquei adiando até hoje. Mas já que estou inspirado, vamos começar.

Farei, hoje, uma introdução às "tribos" urbanas dos Nerds, Geeks, Otakus, CDF's e Fanboys. Muito provavelmente tu, que está lendo, já tenha ouvido falar ou já seja até familiarizado com algumas dessas denominações. Mas o que é isso afinal? O que define alguém pertencente a um grupo ou outro? Quais as diferenças? Muitas vezes, com as semelhanças nas definições, nos confundimos.

O próposito desse texto é justamente apresentar ao leitor essas exóticas sub-categorias da cultura popular urbana, e permitir, para aquele já conhecedor do assunto, sanar suas dúvidas e saber em quais dessas tribos ele pode ser classificado. Nós próximos posts, farei detalhadas "radiografias" de cada uma delas, ao mesmo tempo em que mostro as conexões entre elas e seus pontos marcantes.

Nova era

No mundo contemporâneo, com o rápido desenvolvimento da tecnologia, pudemos constatar sua forte disseminação nos variados cantos do planeta e nas diversas classes socias. Hoje é raro encontrar quem não tenha um telefone celular ou um computador em casa. A popularização da internet fez entrarmos na era da velocidade, da informação, da interatividade. É muito fácil saber o que está acontecendo, neste exato momento, no outro lado do mundo. Os jovens de hoje são capazes de ler, digitar, ouvir música, jogar um jogo, ver TV e conversar com alguém ao mesmo tempo. Qualquer um pode baixar filmes, séries e games de qualquer canto do mundo de graça.

E como resposta a esse início de uma nova era, surgem na sociedade diversos grupos de pessoas com gostos semelhantes, relacionados de alguma forma, às novas tendências (ui) e hábitos da atualidade. Ou seja, são as chamadas tribos. É o caso daquelas 5 citadas anteriormente. Obviamente, há muito mais do que essas 5 tribos por aí. Então tu pergunta: "Tá, então por que tu vai falar especificamente dos Nerds, Geeks, Otakus, CDF's e Fanboys?"

Bom, primeiro porque são tribos com as quais eu me identifico. E segundo porque, no caso da maioria delas, acontece um fenômeno bastante interessante: são tribos em ascensão na sociedade atual. Se, por exemplo, antes a denominação "nerd" era sinônimo de "fracassado" ou "estranho", agora ser nerd está na moda. As pessoas gostam dos nerds, precisam dos nerds. Elas querem ser nerds.

Por enquanto, é isso. Espero ter deixado os leitores ansiosos pela continuação, hehe... Na próxima parte, começarei destrinchando a tribo usada no exemplo do último parágrafo: os Nerds! E se não ficar muito grande, talvez já fale dos Geeks também, o que seria bom, devido ao fato de esses dois grupos caminharem, muitas vezes, lado a lado. Mas veremos na hora.

Até mais.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sugestões: animes fodões

Há alguns dias tive a oportunidade de terminar um anime que fazia muitos meses que um amigo exigia que eu visse. O nome é Gundam Seed.
Ele começou a ver e se viciou tanto que em 2 dias ele já tinha visto todos os 50 episódios. Depois me gravou tudo num DVD e me mandou assistir, porque era "muito foda". Como eu sou mais daqueles animes de 13 ou 26 episódios (devido à falta de tempo e de paciência para histórias pouco objetivas), fiquei enrolando para ver. E os primeiros episódios também não eram lá muito empolgantes, na minha opinião.

Mas depois de uns 15 episódios, a coisa mudou de figura. Não a ponto de eu fazer uma média de 25 episódios por dia, mas comecei a ficar muito curioso para saber os rumos que a trama tomaria, e sempre que acabava um episódio, ficava querendo saber como seria o próximo.

Gundam Seed é um baita anime. Não é perfeito, tem lá suas falhas. Mas, como meu amigo disse, é muito foda.

O personagem central é o jovem Kira Yamato, e o anime conta as façanhas dele e de seus amigos, num universo tomado pela guerra. Devido a uma série de incidentes, ele, contra a sua vontade, se torna um piloto de mobile suits, que são grandes robôs usados para combate. Ele se vê obrigado a proteger inocentes civis e os seus companheiros, ques estão a bordo de uma espaço-nave caçada pelas forças militares inimigas.

A história tem muitas reviravoltas e acontecimentos marcantes. Batalhas, destruição, mortes, sofrimento, traição e dor são coisas corriqueiras na série. E o anime dá destaque tanto às estratégias e combate quanto aos sentimentos das pessoas. É difícil não se impressionar ou ficar indiferente ao conhecer os pensamentos e o passado de determinada personagem e depois vê-la morrer facilmente, algumas vezes até em vão.

Claro, como já disse, a história não é perfeita, tem lá seus furos e acontecimentos duvidosos. Como é que podem jovens tão novos serem capazes de pilotar máquinas de guerra tão complexas, mesmo que sejam pessoas geneticamente aprimoradas, e como é permitido que o façam? Algumas decisões e estratégias tomadas por parte dos líderes e comandantes são meio idiotas, e fazem tu pensar se não haveria uma escolha mais inteligente. Alguns acontecimento nas relações entre as personagens também ficam mal resolvidos, e quando tu pensa que, no próximo episódio as coisas se resolverão, surgem novos acontecimentos e as questões antigas são deixadas de lado.

E a pior coisa: está para nascer um cara mais emo do que o tal do Kira. Puta merda, ele só sabe ser triste e chorar! Não há quem aguente aquela choradeira todo santo episódio. Tudo bem, pode ter um pouco de emoção, não espero personagens desumanos, mas o criador do anime exagerou um pouco né....

Fora essas pequenas falhas, é uma ótima série. Sério, tu vai quase chorar em algumas partes, e vai ficar tão espantado e surpreso em outras que tu vai ter que pausar o Media Player, voltar e olhar de novo, para ver se aquilo aconteceu mesmo. Os 3 últimos episódios então... Nossa, nem vou falar nada, senão estraga. Mas é foooda!Se tiver uma oportunidade, veja!

Para episódios desse e de quase qualquer outro anime que tu venha a ouvir falar >> clique AQUI.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Texto chato sobre alguém que escreve textos chatos

Nossa, como eu escrevo demais. Quando rolei aquele botão redondo do meio no mouse - cuja denominação mais precisa, se existe, me foge no momento - para "descer" a página, me deparei com todos aqueles posts, imensos em sua maioria, alguns até mesmo sem nenhuma foto para amenizar o trabalho exaustivo da leitura. Nossa, qual é o meu problema? Pensei que poderia ser a ainda presente excitação de escrever num blog ainda novo, de poucos meses de vida.

Mas antes disso, acho que é por outro motivo: uma tremenda necessidade de comunicação de minha parte. E, analisando meus próprios posts, ela é de fácil percepção. Basta ver como tenho falado bastante de mim e dos meus pensamentos, nos posts mais recentes. Talvez para suprir, compensar minhas "deficiências sociais" no mundo concreto e palpável.

É fato que não sou de muita conversa na vida real. Sei lá, frente à grande parte das pessoas, parece que há um bloqueio que me impede ou me retarda para pensar em coisas interessantes para dizer. E quando surge algo para dizer, seja de mim ou de quem me tem os ouvidos, não comento tanto, sou sucinto. Penso muito mais do que falo. Meço as palavras, e às vezes, por receio de alguma reprovação ou reação estranha, prefiro o "Aham..." ou o silêncio.

E quando escrevo, o bloqueio desaparece. Não sei ao certo ainda o porquê disso acontecer, mas acho que as razões principais são duas. Primeiro porque a internet dá uma sensação de anonimato, mesmo que no meu caso seja falsa, pois divulguei o endereço do blog à maioria dos conhecidos. E porque eu tenho um tempo e tranquilidade maior para pensar no que vou dizer, não tenho que dar uma resposta de bate-pronto.

E é muito legal perceber a diferença entre o Giovanni que escreve no blog e o Giovanni normal. Nem pareço o mesmo, hehe. E acho que eu levaria jeito para a Psicologia. Estou ficando bom para análises comportamentais.

Outra coisa: como eu escrevo merda também. Claro, quanto mais se escreve, maiores as chances de sair besteira. Quando releio algumas coisas que escrevi, às vezes penso em como posso ter pensado e escrito aquilo no outro dia e tal...

Acho que isso decorre de outra idéia na qual acredito: nunca somos, hoje, a mesma pessoa de ontem; estamos sempre em constante mudança. Mesmo que seja sutil, ela existe. Só que de vez em quando surpreendo a mim mesmo, devido à rapidez com que se deu a mudança de opinião, e ao me perguntar como posso ter sido o cara que disse tal coisa a somente semanas ou dias atrás.

Estou bem hesitante para postar esse texto, já que os últimos dois ou três foram igualmente chatos e pesados: eu falando sem parar sobre o que eu acho disso e daquilo. E o próximo, caso seja a parte 3 de "O prazer do ouvido", não fugirá desse estilo. Ah, mas foda-se, agora que já escrevi tudo isso mesmo. Admito que estou meio sem vida nos últimos dias, então não há muito assunto novo, por enquanto só as viagens da minha mente. Quem quiser ler, que leia.

Se ainda possuo algum leitor "regular", aguarde. Logo logo surgirão novidades. ;D

terça-feira, 14 de abril de 2009

O prazer do ouvido (parte 2)

Apesar de cada um ter seus próprios gostos, acredito nenhum de nós ouve somente um tipo de música. Afinal, música tem muitas finalidades e serve para muitas situações. Num dia posso querer ouvir algo calmo, para relaxar, ou mesmo dormir, após um dia duro e desgastante. Noutro estou de bem com a vida e bem disposto; prefiro ouvir uma coisa mais alegre e animada. Noutro, estou com saudade de músicas antigas que não se ouve mais nas rádios. Me ponho a escutar velharias que meus pais (e porque não avós) curtiam. No quarto dia, estou indignado, irritado ou depressivo. Vou querer um som mais pesado e não tão bonito. Às vezes só quero ouvir algo legal, não estou nem aí se a letra é uma bosta, ou se a bateria não está tão boa assim, ou sei lá. Analiso a música mais pelo conjunto da obra. Outras vezes, sou mais exigente, quero um som profundo, de qualidade, que realmente me agrade, e com o qual eu me identifique.

Então música também é momento. Ouvimos o que estamos com vontade numa ocasião específica. E há música para cada ocasião, pode apostar.

Agora, mesmo escutando, de vez em quando, um som qualquer, descompromissadamente, tem certas coisas que me irritam. Uma delas é usar uma onda, modinha ou estilo de música somente para aparecer e ganhar um dinheirinho em cima disso, mesmo sem talento nenhum. É fazer uma bosta dum som (ou melhor, barulho), sem melodia, sem emoção, sem criatividade e sem inteligência nenhuma, e tentar vender isso às pessoas e fazer as rádios transmitirem. E o pior de tudo é quando conseguem... Já escutei coisas tão sem graça por aí, que não sei como é possível.

Sabe, pode até soar legal, mas geralmente fica tão evidente o caráter puramente comercial do troço que me desanima. Como isso acontece? As pessoas gostam disso? Ou é a mídia que nos impõe tais padrões? Será que ela não nos faz engolir tal estilo, dita a nova moda, até que a consideremos legal, por medo da reprovação alheia, e sem saber que na verdade os outros, no fundo, também sofrem a mesma coisa?

O que vemos por aí é cópia atrás de cópia. Um cara fez, alguém gostou. Daí veio outro e fez a mesma coisa, porque já sabia que provavelmente iria dar certo também. E o público aceita.

O que são todas aquelas letras melosas e sentimentais em toda e qualquer porra de música de pagode? É sempre aquela mesma história: o eu-lírico falando como tal pessoa é bela, doce e maravilhosa, como os momentos juntos foram inesquecíveis, como ele não pára de pensar nela ou como ele fará para conquistá-la e blá-blá-blá. Sempre aquela coisa alegre, cheia de palavras bonitinhas e sensíveis e metáforas manjadas, fáceis de compreender. Não condeno completamente o pagode; já ouvi músicas boas. Em qualquer estilo há algo de bom, acredito. Mas faça-me o favor, como é que as pessoas não enxergam que é tudo cópia? Sempre aquele mesmo papo furado feliz. Ouvir uma, duas músicas, ok... Mas ouvir toda hora isso, ou dizer só gostar desse tipo de música não dá.

Ou funk então... Batidas legais, mas todo o resto, sinceramente, é um lixo. Como é possível gostar de algo tão vulgar (e muitas vezes, idiota)? Uma coisa é ter naturalidade para falar sobre sexualidade. Outra é ficar falando "Créu, créu, créu" repetitivamente, com uma voz muito irritante (para dizer o mínimo), e sujeitar suas dançarinas a ficar empinando e chacoalhando a bunda verticalmente, com o mínimo de tecido possível. Reduzir o gênero feminino a objeto descartável de prazer, promover a alienação e a banalização do sexo. Sexo não é um assunto banal, sem importância. Existem cuidados a serem tomados, é preciso informação e consciência. Hoje vemos por aí meninas nos seus 10, 11 anos, já vestindo roupas de conotação sensual, com peças curtas e apertadas, etc. Vemos pais e mães de 13 anos, vemos pais e mães de 5 filhos e desempregados, vemos pessoas pegando AIDS.

Talvez não seja só o funk o culpado desses grandes problemas. Temos também a própria internet, na qual a pornografia desenfreadamente se multiplica, todos os dias. E, não vou mentir, todos gostamos de uma sacanagem e de um pouco de putaria. Mas já basta a internet, né? Posso olhar num site de graça, não preciso ter um cara se fingindo cantor num palco, me fazendo imaginar como seria fazer coisas com a mulher que está exibindo as qualidades ali do lado dele.

E para variar, é tudo a mesma coisa. Já repararam como surgem tantos MC's novos a cada semana, e no outro mês ninguém nem se lembra mais deles? Cada um faz 1 música, consegue uma atençãozinha da mídia, e depois, nunca mais.

O texto acabou ficando ou pouco maior do que eu planejava (normal...). Continuo o assunto depois, então. No próximo post, música de verdade! xD

Aguardem.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O prazer do ouvido

Do Aurélio:
Música - 1. Arte e ciência de combinar os sons de modo agradável ao ouvido.
Musical - 1. Da, ou próprio da música. 2. Agradável ao ouvido; harmonioso.
Melodia - 1. Sucessão rítmica de sons simples, a intervalos diferentes, e com certo sentido musical. 2. Música agradável, com as carcterísticas da melodia (1).

Decidi que hoje eu falaria sobre música, mas logo percebi que o assunto é tão amplo que mal sei por onde começar. Foi por isso que, antes de tudo, escrevi essas definições aí, do meu minidicionário. E são de grande ajuda, já que só com isso, já me é possível discutir algumas coisas.

Música é arte? Certamente. E muito mais. É usada como forma de expressão: pode-se transmitir através dela os sentimentos mais profundos da alma, sejam eles bons ou ruins. Podemos falar através dela, passar uma mensagem a alguém, ou a todos, ou mesmo influenciá-los. Podemos reclamar, protestar, gritar, xingar, odiar, agradecer, animar e amar com a música.

É forma de entretenimento. Quando não temos nada para fazer, colocamos o fone e viajamos, nos desligamos um pouco do mundo (ou não). É uma forma de relaxar, se aliviar, se acalmar quando estamos estressados e cansados. Ela nos agita, diverte e alegra nos momentos tristes, e também nos felizes, para ficarmos melhores ainda. Ela nos ensina, certas vezes. Nos estraga, tantas outras. A música faz nos sentirmos vivos, é um colorido aos ouvidos e à mente.

A música move o mundo. Faz girar um capital de bilhões, todos os anos, em tudo que é canto. Pode levar multidões ao delírio, ou ao desgosto. Enriquece os talentosos, inspira os nem tanto.

E, veja só, até tratamento e cura a música é. Musicoterapia, quem nunca ouviu falar?

Mas será que música deve necessariamente ser agradável? Não é simplesmente arte? Nem toda arte é agradável. E o que é agrádavel? O que o meu ouvido acha bonito continuará bonito para o ouvido de outro? Pode ser que sim, mas provavelmente não.

Claro, cada um tem sua própria definição de música, tem sua própria personalidade, e assim, tem suas preferências quanto aos inumeráveis tipos de música existentes.

Minha definição de música não difere muito da do Aurélio; só é um pouco menos generalizada. Ela não precisa ser 100% agradável, mas basta que, em troca da porcentagem perdida, ofereça alguma coisa instigante, ou útil. Se a mistura de sons desconforta o ouvido nos primeiros instantes, pelo menos tem que ser exótica o suficiente para causar curiosidade, interesse. Ou ela deve mexer, de alguma forma, com os sentimentos. Seja pela letra bela, porque lembra de certo acontecimento, ou por qualquer outro motivo. Porque nos faz refletir, nos anima, nos faz ficarmos indignados, etc.

Estou sem saco para escrever mais hoje. Continuo amanhã, talvez. Falarei um pouco mais dos usos da música: a música como expressão de emoções verdadeiras vs. música como forma de lucro, etc. Até lá.

domingo, 5 de abril de 2009

Será...

Domingos à noite são duros. Acaba a euforia do final de semana e recomeçam as preocupações com os estudos, trabalho, estresse... E eu, em vez de aproveitar até o fim cada minuto do que me resta do domingo, já começo a sofrer por antecipação.

O fim de semana foi bom: aprendi japonês com um professor muito engraçado, fui ao parque e revi amigos, joguei um pouco de videogame, gastei algumas horas no computador, dormi tarde, almocei yakisoba, sai, vi gente diferente, ri bastante. E foi o que eu deveria ter feito mesmo. Me esforcei durante a semana nos estudos para ter o sábado e o domingo mais livres e me descontrair um pouco.

E justamente esse contraste, do fim de semana bom com a volta ao sacrifício, me faz pensar, refletir... Sobre a vida.

Disse para o meu pai que usaria o próximo feriado e fim de semana, da Páscoa, para estudar, e por isso tirei este último de folga, pois prefiro estudar num fim de semana mais próximo da prova, para ter o conteúdo afiado na cabeça, e já que as provas serão segunda. Como ele tinha planos de viajarmos nesses dias para Santa Catarina, ele me respondeu: "Tem certeza? Ninguém faz isso de estudar no feriado de Páscoa, todo mundo viaja, vai ver a família, descansa...".

Isso realmente me fez refletir, e me surgiram dúvidas. O que ele espera de mim? Foi ele mesmo, uma vez, quando eu disse que estava com problemas com a matéria, que disse que eu estudasse mais. Também foi ele que, quando comentei que passei nas cadeiras, mas com várias notas medíocres, disse que a gente tem que sempre se esforçar, para estar entre os melhores. Tenho que me esforçar? Ou tenho que curtir o final de semana? Vão me pressionar em casa, se eu começar a demorar para conseguir meu diploma? Eu deveria fazer um número reduzido de cadeiras no semestre, começar a trabalhar, e talvez já sair de casa, para evitar uma possível pressão? Ou me concentrar exclusivamente na faculdade, para acabar rápido?

Muitas dúvidas, muitas dúvidas... E o pior é que quando começo a pensar, não paro mais. Analizo também outras coisas, sobre as quais fazia tempo que não pensava. Será que não estou me esforçando demais, levando as coisas muito a sério? Há também a questão da juventude: Será que não estou desperdiçando a minha juventude, estudando em demasia? Quer dizer, o tempo está passando, já estou criando uma barriga, mesmo que ainda tímida, e daqui a pouco não vou mais ter tanto gás para praticar esportes. E nem tempo. Quando eu for mais velho já vou ter que parar de fazer certas coisas, já vai ficar meio ridículo ir a certo show, ir a festas, terei que agir com mais responsabilidade. Então será que não é agora o momento de aproveitar, fazer besteira, rodar naquela cadeira foda, rir mais e se preocupar menos?

Por outro lado, é sempre bom se preparar para o futuro. Será que, estudando onde estudo, me sacrificando, atingindo conceitos acima do regular, não terei melhores oportunidades no futuro? Não conseguirei cargos melhores? Um emprego decente, bem remunerado?

Será que devo estudar numa faculdade com uma infra-estrutura fraca, onde a desorganização e o lema "Te vira" reinam, porém com uma forte base teórica, na qual uma grande quantidade de estudo é exigência? O sofrimento é grande, mas o reconhecimento e o "peso do canudo" são consideráveis. E muitas pessoas todo ano se dedicam e brigam nessa competição que é o vestibular, só para estar aqui no meu lugar. Tenho o direito de esnobar essa vaga?

Ou o melhor mesmo é cursar o Ensino Superior na rede privada? Pagar caro, mas pelo menos ter salas de aula decentes, equipamentos mais atualizados e eficazes, área para esportes e lazer, horários que tomem somente um dos períodos do dia (manhã, tarde ou noite), possibilitando um aproveitamento melhor do tempo. Poder curtir um pouco mais.

E será que, com os pais pagando a faculdade, e eu não fazendo nada além de estudar, teria o direito de pedir aquela televisão, som novo ou um upgrade no computador no aniversário, e aquele ingresso para o show do Oasis? Não teria nem coragem, hehe.

A dúvida é a fiel companheira da vida. A cada etapa, a cada fase, nos deparamos com algo novo e diferente, e com indagações sobre o futuro. E temos que nos decidir, mesmo que ainda imaturos e inexperientes.

Bom, se tu anda perdido, confuso, te perguntando se o que tu escolheu é o melhor, saiba que não és o único. Às vezes os outros, por mais confiantes e seguros que possam parecer, também têm suas dúvidas. O esquema é não enlouquecer com as preocupações, por que se tu acertou na tua decisão, ótimo; se errou, pelo menos tentou, e aprendeu com o erro.

Desculpe o texto grande hoje. Té mais.

Obs.: eu tinha que revisar uma coisa agora de noite, para uma prova amanhã, mas fiquei com vontade de escrever aqui e pensei: "Ah, foda-se."

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Provas, provas e depois, um pouco de provas

Avaliações chegando na faculdade. Os dias passam lentamente, até que a gente se dá conta de que faltam poucos dias e de que ainda não estudamos nenhuma parte da, geralmente, colossal quantidade de matéria vista em aula. Aí reclamamos como o tempo passou tão rápido.

Disse para mim mesmo: "Ah, dessa vez não... Agora vou começar os estudos com antecedência." Comecei a ler o livro e fazer os exercícios no dia 29 de março, para a prova no dia 13 de abril. Quem arrisca dizer que será suficiente? Até agora revisei um número de capítulos equivalente a menos de duas semanas de aula (e nem me aprofundei nos exercícios, fiz somente aqueles primeiros, que servem só para ver se tu entendeu mesmo a teoria) e já passaram, ao todo, quase cinco semanas. Somando a semana que vem ainda, totaliza seis semanas de aula! Ou seja, terei que rever mais quatro semanas de aula, tudo nesses 11 dias que me restam. Porra!

Isso sem falar na avaliação da próxima segunda, dia 6, da qual me esqueci completamente, pois como é de uma cadeira "mais fácil", dediquei-me somente à do dia 13, e lembrei dessa do dia 6 só ontem, quando a professora nos passou instruções de como será a avaliação. Jóia.

Para completar, terei não uma, mas duas provas no dia 13. Explico: há ainda uma outra cadeira, cujo único dia de aula da semana é, para meu desespero, o mesmo no qual são marcadas as provas daquela primeira cadeira foda que comecei a estudar "bem antes". Isso aumenta consideravelmente a probabilidade de serem marcadas as duas provas na mesma data, uma vez que, bastando marcá-las na mesma semana, elas obrigatoriamente serão na mesma porra de dia. E agora, deduzam o que me aconteceu. Fácil, não? As provas foram marcadas no mesmo dia, de fato. Estudante é bicho feliz que nem sei...

Observação: também não estudei ainda para esta segunda prova no dia 13.

É, falta tempo. Já estou começando a escrever aqui em períodos mais espassados, e se a coisa continuar assim na faculdade, logo os posts serão mensais! Mas vamos levando, né. Algum tempinho sempre se acha.

Se tu ainda está pensando em que curso escolher para fazer vestibular, fica a frase:
Ou faça engenharia, ou viva.