domingo, 28 de março de 2010

Situações esquisitas

Hoje eu acordei bem cedo, lembro que peguei sonolentamente meu relógio e vi que eram 8 e alguma coisa. Apesar de calcular que deveria ter dormido umas 7 horas, a primeira reação que tive foi ficar brabo comigo mesmo por ter acordado tão cedo num domingo.

Depois fiquei me revirando na cama tentando pegar no sono de novo. Só que foi meio estranho, não sei se já aconteceu isso com algum de vocês, mas sabe quando tu tem consciência de estar acordado, na cama, mas mesmo assim ainda fica meio que sonhando? Tu pensa em alguma coisa qualquer e quando vê já está criando mentalmente situações imaginárias e fantasiosas. E pior é que tu está "controlando" isso, pois tu sabe que está acordado... Não sei como explicar direito, é bem louco.

Eu sei que depois disso peguei o relógio de novo e já eram 10 e meia, então resolvi levantar. Enquanto eu levantava e ía ao banheiro, ouvi minha mãe falando algo que não me lembro exatamente o que era agora, mas o que interessa é que na hora me fez lembrar que íamos almoçar na casa da minha tia por causa dos aniversários dela e da minha vó, que haviam sido há alguns dias atrás.

Mais uma vez a primeira coisa que pensei foi em ficar brabo comigo mesmo, dessa vez por não ter lembrado do almoço. Ok, para alguém normal não haveria motivo para ficar brabo, pois afinal havia tempo para se arrumar direito e não chegar atrasado, e além disso tinha o negócio de ver os parentes, blá blá blá e tal.

Mas para alguém como eu às vezes é um problema, porque estou num período meio estranho (e um tanto constrangedor) da vida, e tenho que "me preparar psicologicamente" para eventos sociais. É como se fosse algum tipo de exercício em que eu tivesse que estar concentrado e bem de espírito para fazer. Como se tivesse uma hora adequada, pré-definida e assim eu não fosse pego desprevenido, sabe?

Inclusive é por isso que geralmente não gosto de encontrar pessoas conhecidas na rua.

Quando eu era pequeno, eu sempre andava olhando para baixo, para cuidar se eu não ía pisar em algum cocô de cachorro, chiclete mascado ou sei lá. Mas aí minha mãe me ensinou que a gente deve andar olhando pra frente, e desse jeito visualizamos com antecedência tudo à nossa volta (inclusive as nojeiras no chão).

Só que quando olhamos pra frente, é de se esperar que vejamos alguém que esteja caminhando no sentido oposto, e da mesma forma, essa pessoa também nos vê. Então nos preocupamos em não ficar encarando, já que é falta de educação, e aí desviamos rapidamente o olhar tão logo notamos que a pessoa irá virar ou já está com a face voltada na nossa direção. Mas às vezes, acontece de o indivíduo ser alguém conhecido, entretanto o cérebro só processa isso quando já desviamos o olhar, e aí temos que olhar de novo para certificarmo-nos de que é mesmo aquela pessoa e aí damos um "oi".

Dependendo da pessoa, do ambiente e do nosso humor, e quando a pessoa não está passando diretamente ao nosso lado, mas um pouco mais longe (na outra calçada da rua, por exemplo), ainda rola uma dúvida se ela nos viu e se seria melhor cumprimentá-la ou fingir que não a vimos. De vez em quando é mais conveniente a segunda opção, para poupar tempo, evitar o esforço mental de manter uma conversa interessada com a pessoa devido à escassez de assuntos, etc.

Mas nos casos em que a olhamos de volta e falamos "oi", não sei se é coisa da minha cabeça, mas sempre noto que a pessoa me olha de um modo diferente, como se estivesse pensando qual é o meu problema e por que diabos eu virei a cara e logo em seguida olhei de novo e cumprimentei ela.

E a pior parte é o desconforto de não saber direito o que fazer: se sigo o caminho, se paro e começo uma conversa, se falo sobre o tempo e outras trivialidades ou sobre outra coisa... E para tentar evitar aqueles silêncios horríveis (que são particularmente torturantes em uma conversa entre 2 pessoas), eu faço uma pergunta qualquer e enquanto a pessoa responde eu já estou ao mesmo tempo pensando na próxima pergunta, só que devido a isso eu não presto atenção direito no que a pessoa falou e aí eu fico meio com medo de fazer a próxima pergunta, seja porque talvez soe esquisito mudar abruptamente de assunto ou seja porque há uma chance de que a pergunta envolva algo que ela acabou de falar há pouco e eu não prestei atenção.

Enfim, é bem constrangedor, pois eu não estava preparado para conversar com a pessoa naquele momento.

Quando sabemos se vamos (e quando vamos) nos encontrar com alguém, pelo menos há tempo para organizar na cabeça as novidades e assuntos, e também podemos imaginar algumas das possíveis perguntas que elas nos farão, de modo que não ficamos tão sem jeito ao conversar com os outros porque já estamos meio "preparados".

Ah, merda. Divaguei muito nesse post e saí do assunto que eu ía falar. Bom, deixa, agora já está tarde e é melhor ir dormir de uma vez. Té mais.

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