terça-feira, 13 de abril de 2010

Um ou dois livros de Agatha Christie

Nessas últimas férias de verão os inícios de tardes e os dias chuvosos me deram oportunidade para ler O Místério do Trem Azul e Os Quatro Grandes, ambos da famosa escritora inglesa. Os dois vieram, junto com mais três livros que ainda não li, numa mini-coletânia lançada pela L&PM Pocket que ganhei de Natal.

Na primeira frase da breve biografia que precede o primeiro capítulo de cada livro já se pode ter uma ideia da magnitude da popularidade e da qualidade das obras dela quando se lê: "Agatha Christie é a autora mais publicada de todos os tempos, superada apenas por Shakespeare e pela Bíblia."


O primeiro contato que tive com o nome Agatha Christie foi ainda no colégio. Um colega e grande amigo meu começou a ler os livros dela e me recomendou. Ele gostava tanto que quando tivemos que fazer um curta-metragem baseado em uma obra literária para o Festicine, obviamente foi um livro dela que ele escolheu. E todos os outros integrantes do nosso grupo tiveram que aceitar!

Apesar das dicas desse meu colega, nunca parei e peguei um livro dela para ler. Era uma dessas coisas que as pessoas sempre dizem que vão fazer mas tempos depois se esquecem e não fazem.

De qualquer maneira, no Natal de 2009 ganhei a tal coletânea e, bem, já não existiam mais desculpas para não ler. Os livros na minha estante, as aulas tinham acabado...

Falemos dos livros, então. É meio difícil fazer uma resenha completa, pois como já fazem uns três meses que li, as coisas não estão mais frescas na cabeça. Por isso, vou explicar resumidamente a trama de cada um deles e expor algumas impressões que eles me passaram ao término deles.

Em O Mistério do Trem Azul a trama gira em torno do assassinato de uma tal Ruth Sei-Lá-O-Quê (não me lembro) abordo do Trem Azul (sério?), bem como o desaparecimento de uma caríssima jóia feita de rubis que ela havia ganho do milionário pai e levava com ela durante a viagem. O detetive Hercule Poirot, pelo que me lembro do livro, já aposentado, viajava no mesmo trem e decide ajudar as autoridades na investigação do horrível crime.

E em Os Quatro Grandes o Capitão Hastings, antigo e fiel amigo de Poirot, resolve visitá-lo e juntos eles investigam e tentam impedir a suposta organização chamada Os Quatro Grandes, formada por 4 importantes personalidades a nível mundial, cujo objetivo seria a (master cliclê) dominação mundial.

Os dois livros têm narrativas bem diferentes, sendo o primeiro contado por um "narrador comum" (não sei como se chama esse tipo de narrativa em Literatura) e o segundo é contado sob o ponto de vista do próprio Capitão Hastings (ou seja, o narrador é participante da história).

Os "climas" de cada livro são bem distintos também. O primeiro (OMdTA) fica naquele estilão clássico de histórias de detetive, com todo aquele negócio de "Nossa, quem será o assassino?" e a todo momento surgindo pistas novas, ora favorecendo tais personagens, ora os condenando, mas de algum modo tu sabe que, seja quem for, é um dos personagens principais da trama, por mais absurdo que possa parecer. Já o segundo fica num estilo meio "conspiração misteriosa": os mal-feitores, apesar de terem influência sobre os acontecimentos, não "participam" efetivamente da história até terem suas identidades reveladas. Entendem o que eu digo? É um negócio do tipo: "Sabe aquele cara que nós vimos em tal lugar naquele dia? Era um disfarce. Eu sei que ele era um dos Quatro Grandes, sei que estava tentando fazer alguma coisa conosco, mas não sei quem ele é." Eles não são personagens conhecidos, tipo o marido da mulher assassinada, o secretário do pai da mulher, a moça que estava viajando no mesmo trem em que ocorreu o crime, etc. São alguém que tu não sabe quem.

Devo dizer que o "clima" de Os Quatro Grandes foi o que eu mais gostei. Mas na verdade, não gostei tanto assim de nenhum dos dois livros. Ok, os dois foram boas formas de entretenimento e realmente me deixaram com bastante vontade de ler o próximo capítulo toda vez que eu parava, mas não achei que tenham sido nada de tão fantástico, como eu esperava que seriam.

O Mistério do Trem Azul não foi tão original. Há um assassinato e um roubo de jóias. Há dinheiro em jogo. Há um cara de quem todo mundo desconfia. Há diálogos intrigantes. Há depoimentos. Há a polícia inútil. Há o detetive fodástico. E no final o assassino é, surpreendentemente, alguém que ninguém sequer havia desconfiado, pois não havia nenhum indício até a revelação final do detetive foda. Tudo o que uma boa história de detetive deve ter. Mas nada novo.

Em Os Quatro Grandes a coisa já se torna um pouco mais empolgante. Há um mistério muito maior, pois os criminosos podem ser qualquer um no mundo inteiro, pode acontecer qualquer coisa. Há muito menos limitação, mais impresivibilidade quanto ao desenvolvimento da trama. E, claro, há muito mais ação. Mas o que fode o livro então? Bom, há quatro caras mega-fodões, e eles querem dominar o mundo! Porra, criativo hein? No final não me lembro se fica claro se o objetivo é esse mesmo, afinal o fim é meio, hum, explosivo... mas não importa. Eu sei que estamos falando de um livro que tem, sei lá, 70, 80 anos (e na época poderia ser algo novo), mas dava pra bolar um esquema melhor, né?

Ainda faltam 3 livros para terminar a coletânea, e meu pai ainda comprou mais 3 de uma promoção do Correio do Povo, se não me engano. Então vamos ver se esses 6 outros livros tiram um pouco das impressões ruins passadas pelos dois primeiros livros de Agatha Christie que li. Só tenho que esperar até as férias chegarem de novo, né, porque tá difícil. Té mais.

Nenhum comentário: